
Conexão Brasil / Portugal: a experiência missionária de cruzar o Atlântico
Por Lucas Meloni
22/09/2025, às 15h00 | Conteúdo atualizado em 22/09/2025, às 14h55
Há cerca de sete anos, Renata Theodoro fez as malas e embarcou em uma viagem que marcaria profundamente a vida dela. Na época, ela era coordenadora de produção da RTM Brasil e deixava o país para respirar novos ares em Portugal. Na bagagem, sonhos e uma missão. Na atualidade, Renata é coordenadora de Ccomunicação da RTM Portugal e missionária da RTM Brasil por meio da Missão Portugal. Em entrevista à Revista RTM, ela comenta um pouco desta experiência, desafios e alegrias neste período no velho continente. Confira:
1ª Quando você chegou a Portugal e o que a motivou a ir para a Europa?
Cheguei a Portugal há 7 anos. Vim para a Europa com o objetivo de estudar. Minha cidadania portuguesa estava para sair e queria ficar pelo menos uns 2 anos (veja só, passou um pouco mais).
2ª O que é mais desafiador em fazer missões na Europa, continente que foi berço da Reforma Protestante e vive uma realidade pós-cristã?
Um dos grandes desafios é lidar com o secularismo, que é bem forte em toda a Europa. As novas gerações, em especial, estão desconectadas de questões religiosas. Algumas igrejas aqui estão preocupadas com o andar da carruagem e estão investindo pesado nos adolescentes e jovens, com discipulado e estudos mais aprofundados da Palavra.
3ª Como foi o início do seu trabalho na RTM Portugal?
De início fiz alguns trabalhos voluntários para a RTM Portugal. Era uma equipe pequena (ainda é), e então sempre me coloquei à disposição para ajudá-los. Antes de trabalhar na rádio, eu estava numa agência de comunicação e marketing de Lisboa. Gosto de ressaltar o quão importante foi este emprego, pois ajudou muito para que eu conhecesse mais da comunicação de Portugal, e, futuramente, agregou ao meu trabalho na rádio. Em 2020, decidi ir ao Brasil visitar a minha família, já que trabalhava remotamente por conta da pandemia. Foi onde tudo aconteceu. Recebi o convite da RTM Brasil para ser colaboradora da RTM Portugal.
4ª Você serviu por algum tempo na RTM Brasil antes de cruzar o oceano. Quais experiências no BR ajudaram nas suas atividades em Portugal?
Eu trabalhei por sete anos na RTM Brasil, comecei como estagiária e cheguei ao cargo de coordenadora de produção. Então, imagina só: estava na universidade quando entrei, era apenas uma menina. A RTM Brasil me moldou em várias áreas da minha vida: na pessoal, espiritual e, com toda a certeza, na profissional também. Diferente da rádio do Brasil, cuja produção abrange uma equipe grande, em Portugal, a produção sou eu, a Renata e a Theodoro. Mas não posso esquecer, é claro, dos nossos colaboradores, que nos ajudam muito. É um desafio, mas um bom desafio. Eu gosto disso!
5ª Como coordenadora de Comunicação da RTM Portugal, quais foram os avanços recentes que você destacaria?
Acho que a nossa grande novidade são os novos equipamentos para vídeo. Este ano planejamos estrear programas em vídeo e aperfeiçoar os conteúdos para rede social. Ainda temos um longo caminho pela frente. Necessitamos de recursos para investir em programas de edição e agregar mais pessoas que possam colaborar conosco nessa área.
6ª O que este tempo de Portugal mais lhe ensinou a respeito de Deus?
Me eEnsinou que o cuidado de Deus é completo o tempo todo, não importa onde ou como. Não é fácil viver longe da nossa terra natal, mas o amor dele vai além das fronteiras.
7ª Do que você sente mais falta do Brasil?
Da família e dos amigos. Com a graça do Senhor, meus pais e irmãos já me visitaram algumas vezes e meus amigos também, inclusive amigos especiais da rádio. Portugal é um país que tem muitos Zucas (brazucas, brasileiros), então eu encontro muita coisa do Brasil aqui, comida principalmente, menos Catupiry, eu amo Catupiry. O original nunca encontrei em Portugal.
8ª Planeja escrever algum livro ou algum projeto que compartilhe um pouco da sua experiência missionária transcultural?
Não está nos meus planos. Não sei se tenho uma vida tão interessante assim ao ponto de escrever um livro ou criar um projeto sobre minha experiência. Já tem existe muita coisa boa por aí.
9ª O que você tem lido / assistido / consumido de conteúdo do Brasil para não ficar longe das raízes?
Eu ainda consumo muita coisa do Brasil. Com a internet, é quase impossível ficar por fora das coisas que acontecem. Eu gosto muito de futebol, assisto aos jogos do meu time. Às vezes é difícil pelo fuso horário (quatro horas de diferença). Então, nas partidas de meio de semana, eu madrugo. Aqui em Portugal há um canal brasileiro, com programação todinha do Brasil. Agora mesmo está transmitindo a viúva Porcina e o Sinhozinho Malta em Roque Santeiro, então, tem para todos os gostos. Eu gosto também de me manter informada das questões políticas e dos assuntos do momento. Como eu disse, a internet facilitou muito.
Conteúdo publicado originalmente na Revista RTM 17. Leia grátis pelo site RTM.


