
Resistência em meio à fragilidade
Por Convidado(a)
09/03/2021, às 10h20 | Conteúdo atualizado em 09/03/2021, às 13h27
O Dia da Mulher traz uma reflexão sobre os direitos das mulheres pelo mundo. Muitas cristãs ainda não podem adorar a seu Deus publicamente sem enfrentar retaliações.
No mês de março, o mundo celebra o Dia Internacional da Mulher. A data remete a manifestações ao redor do mundo no início do século 20 pela igualdade de direitos civis e melhores condições de trabalho para mulheres. É possível reconhecer melhorias, mas ainda há oportunidades de evolução para mulheres do século 21 e além - e aqui podem-se citar mulheres em países minimamente livres, que garantem seus direitos básicos a trabalho, educação, saúde, família e crença.
Mas como será a situação das mulheres em países onde os cristãos não podem exercer livremente sua liberdade de expressão religiosa?
Recentemente, a Portas Abertas realizou uma investigação global para avaliar em profundidade características da perseguição. Um dos achados foi que, além das crianças, cristãs perseguidas enfrentam dupla vulnerabilidade. Ou seja, se ser mulher já é um desafio nesses países, ser mulher e cristã é ainda pior.
Fatores diferentes de perseguição
Mulheres em todo o mundo que são perseguidas por causa de sua fé cristã enfrentam diferentes formas de pressão em comparação com os homens. O relatório da Portas Abertas revela que, embora ambos os sexos enfrentem violência, as mulheres são confrontadas principalmente por violência sexual, enquanto para os homens é principalmente violência não-sexual.
"A violência sexual é usada contra mulheres cristãs em todas as regiões", disse o relatório, acrescentando que muitas vezes mulheres são deixadas em isolamento ao longo da vida em uma situação de "morta-viva".
O casamento forçado e outros tipos de violência (espancamentos, negação de água e comida, cárcere privado) são outras das principais formas de pressão para as mulheres cristãs, seguidas por divórcio forçado e prisão domiciliar.
Hamida* é uma cristã ex-muçulmana que vive em um país da Ásia Central* e que entregou sua vida a Jesus. Ao descobrir sua nova fé, seu marido a espancou violentamente e a expulsou de casa, separando-a dos filhos pequenos. A Portas Abertas a ajudou e ela foi enviada para reabilitação em um retiro seguro e desconhecido de todos. Um dia, Hamida foi convocada a comparecer à delegacia para resolver problemas com seus documentos. Seus parentes e seu marido subornaram policiais para que pegassem a mulher. Um dos pastores que a acompanhava, apoiado pela Portas Abertas, contratou um advogado que conseguiu vários acordos na justiça. Seus parentes e o marido foram obrigados a parar com as agressões e a deixá-la praticar sua fé. Ela decidiu ficar em casa com o marido e os filhos depois que as agressões cessaram.
Como Hamida, milhares de mulheres cristãs no mundo enfrentam todos os dias agressões e perseguições por sua fé. Neste dia, ore por essas mulheres que compartilham da nossa fé, mas não da nossa liberdade.
Por: Conceição Fidêncio – coordenadora da área de mulheres da Missão Portas Abertas
*Nome alterado por motivo de segurança. País não especificado pelo mesmo motivo.